27.12.03

 
Ingratidão
Hoje penso, sinto e falo-vos de ingratidão. Será talvez o maior sinal de presunção e falta de humildade que podemos demonstrar.
A mais frequente, e provavelmente comum a todos nós, mostra de ingratidão, é a atitude infantil de que todos os pais um dia acusam os filhos. Na entrada da adolescência, quando nos julgamos sabedores de todas as verdades do mundo, quando nos cansam as informações dadas, não porque já as sabemos, mas somente porque queremos estar certos de que os outros sabem que já sabemos, valemos e podemos tanto quanto eles. E de resto a nossa maturidade revela-se no exacto momento em que tornamos a não temer confessar e dar a conhecer as nossas falhas, em que fundamentalmente reconhecemos a importância passada ou presente de quem nos acompanha e/ou acompanhou. Em que nos lembramos que antes de aprendermos ou podermos andar, alguém nos transportou no seu colo.
Hoje a minha revolta nasce na boa fé com que vivo qualquer relação, na sinceridade que julgo rever em cada sorriso, em cada “Bom dia” proferido. Por isso mesmo, não irei jamais aceitar que num Flash de mimo e/ou imaturidade, alguém se julgue capaz de jogar comigo ou com aqueles de quem gosto. Sei que o tempo me vai dar razão. Sei que quando chegar essa maturidade que tanta gente proclama (embora nem tantos a atinjam), com ela virá o reconhecimento do erro. Eu é que não sei se vou ter paciência para esperar por isso.
(Este texto é dedicado à A.L.: a única “miúda-mulher” que algum dia conheci.)

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