20.10.09

 
Vencer uma equipa da III Divisão da forma que o Leixões venceu não justifica qualquer festejo. Os «bebés do Mar» foram piores do que o Casa Pia durante a maior parte do jogo. Seguem em frente na Taça de Portugal, é certo, mas na tarde de Matosinhos foram os «Gansos» a jogar mais e melhor futebol. Tantas vezes falada pelos piores motivos, a instituição de Pina Manique deixa uma bela imagem no norte do país.

A pobreza do jogo leixonense nesta partida é preocupante. Por desinteresse? Por altivez incompreensível? Por falta de ambição? José Mota terá de procurar as respostas o quanto antes, pois não terá sido por falta de aviso do técnico que os seus jogadores envergonharam durante 45 minutos o emblema que ostentam.

O Casa Pia, de resto, trazia um histórico recente muito interessante. Seis jogos oficiais (quatro para a III Divisão, dois para a taça), seis triunfos e nenhum golo sofrido. Ora, no Mar, a inteligência do jogo dos «Gansos» cativou e estendeu-se por todo o relvado.

Cinco defesas acertados, dois médios de combate e três homens no rompimento de convenções obsoletas: já se trabalha muito bem no quarto escalão nacional. Durante 45 minutos, o Casa Pia passeou classe, espalhou perigo, sempre com muita organização e racionalidade.

Como se diz injustiça em vietnamita?

O golo do vietnamita Cong Vinh em cima do intervalo é, aliás, uma ode à injustiça. Na primeira vez em que o Leixões propagou alguma inclemência, o pequeno avançado elevou-se até onde nunca antes chegara e bateu Crespo.

Pois bem, repetimos uma e outra vez: injustiça, injustiça. Antes desse momento, só uma equipa merecera o golo. Projectada pela dimensão entusiasmante dos extremos Zeca e, principalmente, Pedro Santos, os «Gansos» estiveram perto da vantagem em três ou quatro oportunidades.

A melhor defesa do encontro pertenceu a Berger, após livre cobrado com veemência por Pedro Santos. Este jovem justifica mais algumas palavras. 20 anos, futebol malandro, corpo franzino e pés de veludo. Tem internacionalizações jovens e uma passagem pelo Sporting. Atenção a ele.

Pernas cansadas na recta final

A melhoria ligeira do Leixões na segunda parte veio de mão dada com a sorte. No único falhanço da defesa casapiana, Pouga tocou para trás e Fábio Espinho empurrou para golo. O jovem formado no F.C. Porto enviara já uma bola à barra do Casa Pia, mesmo antes do intervalo.

Aturdidos pelo cúmulo da infelicidade, o que fizeram os rapazes do Casa Pia? Continuaram a acreditar e reduziram no instante seguinte, por Hugo. Faltava cerca de meia-hora para o final.

Mas na recta final do jogo, o Leixões valeu-se da melhor condição física e susteve a ambição dos «Gansos» como nunca antes conseguira. O 2-1 lá se aguentou até final, sempre emoldurado pela tal tendência para a injustiça.

O árbitro Carlos Xistra teve uma má actuação, com mais razões de queixa para o Leixões.

FICHA DE JOGO:

Jogo no Estádio do Mar (Matosinhos), cerca de dois mil espectadores
Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco), assistido por Celso Pereira e Jorge Cruz

LEIXÕES: LEIXÕES: Berger; Laranjeiro, Nuno Silva, Roberto Tucker e Nelson; Wenio, Cauê (Zé Manel, 33), Fábio Espinho (Ruben, 72) e Hugo Morais; Cong Vinh (Jean Sony, 60) e Pouga.

Suplentes não utilizados: Diego, Bruno Gallo, Faioli e Joel.
Treinador: José Mota

CASA PIA: Crespo; Felix (Serginho, 86), Canha (Carlos Borges, 64), Anta, Hélder Lemos e Zinho; Gonçalo e Hugo; Pedro Santos, Rui Augusto (Pauleta, 68) e Zeca .

Suplentes não utilizados: Fábio, Milton, Varela e Garcia.
Treinador: José Viriato


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