30.10.04
Aquele Verão terminou mal. A ideia dos casais amigos, há muitos anos diga-se, alugarem uma casa juntos não deu o melhor resultado. E tudo por causa do comentário que o Pargas fez ao ver a esposa do Gogo de biquini fio dental pela primeira vez. Aliás, nem chegara a ser um comentário, mais um som indefinido.
- Omnanhon!
Aquilo não caiu bem. A própria Fofoina (a Sra. Marques chamava-se assim) fez um sorriso forçado. O compadre Gogo, esse coitado, ficou verde de raiva, a ponto de saltar para cima do Pargas, não fosse a altura deste um factor intimidatório. Assim, o Gogo achou melhor esquecer o assunto. Afinal não valia a pena estragar as férias por um pequeno incidente (o som fora involuntário, isto era claro). Além disso, a casa já estava paga por um mês.
Naquela noite, no quarto, a mulher do Pargas pediu uma explicação:
- Fogo, Pargas! Era preciso aquilo?
- Não me controlei, o que queres que eu faça?
- E mesmo em frente ao Gogo... Francamente!
- Eu seu, não foi agradável, mas saiu-me, o que é que posso fazer agora?
- Já os conhecemos há 10 anos! Realmente era escusado...
- Mas eu nunca tinha visto o rabo dela!
- Deixa-te de coisas, Pargas!
- Não entendes. Às vezes convivemos anos com alguém e após esses anos todos esse alguém ainda nos surpreende. O rabo da Fofoina surpreendeu-me, foi isso. Apanhou-me desprevenido.
- Vais-me dizer que nunca tinhas imaginado como era?
- Juro que não. Nunca tal coisa me passou pela cabeça. E, de repente, estava ali todo... Sei lá. Todo ali à minha frente.
- Pois é bom que te controles.
Durante o resto das férias o Pargas fez questão de ir para a praia meia hora antes de todos, isto para não correr o risco de caminhar atrás da Fofoina. Se por acaso as nádegas desta passavam pelo seu raio de visão, olhava para o céu, assobiava, tapava a cara com um jornal...
Um dia, o Gogo e o Pargas conversavam na varanda quando a Fofoina veio servir-lhes duas cervejas geladas, de biquini. Após servir as bebidas, deu meia volta e voltou para dentro de casa. O Pargas suspirou tão fundo que os níveis de oxigénio baixaram em todo o quarteirão.
- O que foi? - perguntou o Gogo agressivo.
- Nada, nada, é o Peseiro. - disse o Pargas. - Não sei, mas não estou com fé ...
- Ah, bom! - disse o Gogo.
Até ao fim do Verão ficou aquele clima chato. O Pargas não podia sequer tossir que todos olhavam desconfiados.
- Omnanhon!
Aquilo não caiu bem. A própria Fofoina (a Sra. Marques chamava-se assim) fez um sorriso forçado. O compadre Gogo, esse coitado, ficou verde de raiva, a ponto de saltar para cima do Pargas, não fosse a altura deste um factor intimidatório. Assim, o Gogo achou melhor esquecer o assunto. Afinal não valia a pena estragar as férias por um pequeno incidente (o som fora involuntário, isto era claro). Além disso, a casa já estava paga por um mês.
Naquela noite, no quarto, a mulher do Pargas pediu uma explicação:
- Fogo, Pargas! Era preciso aquilo?
- Não me controlei, o que queres que eu faça?
- E mesmo em frente ao Gogo... Francamente!
- Eu seu, não foi agradável, mas saiu-me, o que é que posso fazer agora?
- Já os conhecemos há 10 anos! Realmente era escusado...
- Mas eu nunca tinha visto o rabo dela!
- Deixa-te de coisas, Pargas!
- Não entendes. Às vezes convivemos anos com alguém e após esses anos todos esse alguém ainda nos surpreende. O rabo da Fofoina surpreendeu-me, foi isso. Apanhou-me desprevenido.
- Vais-me dizer que nunca tinhas imaginado como era?
- Juro que não. Nunca tal coisa me passou pela cabeça. E, de repente, estava ali todo... Sei lá. Todo ali à minha frente.
- Pois é bom que te controles.
Durante o resto das férias o Pargas fez questão de ir para a praia meia hora antes de todos, isto para não correr o risco de caminhar atrás da Fofoina. Se por acaso as nádegas desta passavam pelo seu raio de visão, olhava para o céu, assobiava, tapava a cara com um jornal...
Um dia, o Gogo e o Pargas conversavam na varanda quando a Fofoina veio servir-lhes duas cervejas geladas, de biquini. Após servir as bebidas, deu meia volta e voltou para dentro de casa. O Pargas suspirou tão fundo que os níveis de oxigénio baixaram em todo o quarteirão.
- O que foi? - perguntou o Gogo agressivo.
- Nada, nada, é o Peseiro. - disse o Pargas. - Não sei, mas não estou com fé ...
- Ah, bom! - disse o Gogo.
Até ao fim do Verão ficou aquele clima chato. O Pargas não podia sequer tossir que todos olhavam desconfiados.
24.10.04
Véspera de um jogo imortante. O Gogo, sempre concentrado, puxava o brilho às suas chuteiras novas, com um pano de flanela. Os ciúmes da namorada eram um problema!
- Outra vez a limpar as chuteiras, Gogo?
- Estou só a dar um brilhozinho.
- Mas às 4 da manhã??!?!
- E então? Qual é o problema?
- Se tu me desses metade da atenção que dás a essas chuteiras...
- Oh, minha linda. Deixa-te de coisas, anda cá, anda.
A namorada aproxima-se e o Gogo começa a passar com a flanela nas suas costas também. Sem tirar os olhos das chuteiras.
- Outra vez a limpar as chuteiras, Gogo?
- Estou só a dar um brilhozinho.
- Mas às 4 da manhã??!?!
- E então? Qual é o problema?
- Se tu me desses metade da atenção que dás a essas chuteiras...
- Oh, minha linda. Deixa-te de coisas, anda cá, anda.
A namorada aproxima-se e o Gogo começa a passar com a flanela nas suas costas também. Sem tirar os olhos das chuteiras.
