7.10.04

 
To Dae
Momento I (de muitos) – Estou no Cais do Sodré, às portas da madrugada, no bar do costume e olho o rio alheio à conversa. O telefone toca. Era ele, perdido na solidão certamente opcional, a procurar companhia. Estava eu já de saída e ele espera-me à porta de minha casa. Transfiro-me de carro para carro. O destino: um bar na periferia. A música alta e o dançar deambulante dos que lá estão - disfarçado por umas tacadas de snooker -, são na nossa mesa quebrados por uma conversa metafísica em que eu, incurável agnóstico, escutava, e aprendia sem apreender, o que não vejo mas ele vê. A noite acabou tarde, e curiosamente a manhã seguinte começou bem cedo. E nós perfeitamente injectados de sono.

Momento II (de muitos) – Calou-se a música e as luzes apagaram. No gostoso período de after-hours, em que finalmente se ingere algo de sólido enquanto nos encontramos ainda em (quase) pleno estado de leveza espirituosa, encontramo-nos na cozinha e ele pede-me companhia. Na escuridão fria do Norte, sentados numa mesa gélida de cimento perdida no jardim, ele fala, grita e chora como nunca o tinha feito. Devo ser dos poucos a ter chegado tão perto do seu epicentro emocional.

Momento III (de muitos) – Vamo-nos deitar naquele quarto transformado em camarata. Ele já entrou, e ouve a conversa da cama. O risinho mudo que trazia lá de fora depressa se transforma numa gargalhada muito mal contida que me contagia. Eu, afinal sem saber porquê, deito-me a rir aparvalhadamente. Não falámos mais nessa noite, e a explicação só veio com o Sol.

Momento IV (de muitos) – Estamos na praia em plena costa alentejana, e ele tinha de ir a Sines. Fui com ele, sem me aperceber como estava. Quando chegamos reparamos na minha figura e deliramos com o cenário. Eu, de cabelo desgrenhado, olho verde e pele vermelhusca estou de boxers, chinelos, t-shirt russa e gasta pela areia, e com a inevitável mochila verde-que-já-não-é-verde-não-é-nada, em pleno centro de Sines. Eu, mais bife que os bifes, lá fiquei contigo a esperar o expresso naquele terminal medonho.

Os quatro episódios que relato acima (e só não são mais para não tornar isto o mais intragável post da blogosfera, pois podia falar da recente corrida ao incêndio, ou dos santos populares, ou dos arraiais do técnico, etc.) fazem parte da minha vida, e têm aparentemente um único ponto em comum: as personagens. Eu que sou eu, e ele que se chama Daniel.
Há pessoas que nos marcam pelo tempo que convivem connosco, há outras que nos marcam pela qualidade que conferem a esse tempo, mesmo que curto. O Daniel, muito embora os sete anos de amizade, insere-se essencialmente no último lote. E nós somos a prova cabal de que os amigos não precisam de sobreposição na maneira de pensar e ver a vida. Sem nos preocuparmos em fazer uma só sombra, temos sim a consciência de não pisar a sombra do outro. E por distintos que sejam os caminhos escolhidos, importa apenas que eles se mantenham paralelos e não divirjam.

Dentro de quatro dias partes para uma nova fase que se supõe longa, e em que a excepção passa a ser a tua presença. Mas sabes que continuo aqui à espera de continuar a coleccionar momentos como estes.
Auf Wiedersehen!

 
Hoje fui almoçar ao Colombo, e, como quem frequenta o espaço saberá, às 13 horas torna-se complicado arranjar sequer um quarto de mesa onde pousar o tabuleiro. Ao fim de algum tempo lá encontrei um espaço. Sentei-me, e enquanto saboreava o meu shoarma, não pude deixar de ouvir uma conversa que ia evoluindo na mesa ao lado. Quatro rapazotes (daqueles que fazem uma pirâmede de mochilas sobre a mesa, revelando que deveriam estar em qualquer aula de Matemática, Português, ou em outro lado qualquer, excepto ali) comparavam as suas árvores genealógicas e, como estavam naquela idade em que ninguém com mais de 40 anos os interessava muito, ainda mais da família, apercebi-me que cada um ia inventado o que podia. Fiquei cada vez mais atento à conversa. Houve um deles que improvisou um remoto príncipe persa entre os seus antepassados, outro disse que era meio da família do Duque de Bragança, mas quem ganhou maior admiração dos restantes (e minha, confesso) foi o que declarou o seguinte, e passo a citar:
- Eu sou descendente de um meio-irmão de Jesus Cristo!
- O quê?
Nesta fase da conversa quase que me engasgo com uma batata frita, mas eis que ganho forças para recuperar e acompanhar a evolução dos acontecimentos. É que o rapaz, no meio da descrença geral, ainda teve arte para elaborar uma explicação, e sem pestanejar. Se havia alguém com razões de sobra para ter outra mulher era José. Ele tivera filhos com outra, e um desses filhos iniciara uma linhagem que acabara no seu avô. Surpreendente, de facto!
- Mas nunca se falou nisso na Bíblia! - tentava um destronar o reinado do descendente. Mas este, com um sorriso de superioridade rematou:
- És mesmo parvo, achas que iam falar nisso na Bíblia?!?!
O consenso no grupo era de que uma descendência como aquela até poderia valer dinheiro. Alguma herança do Vaticano, sei lá...
Mas como a imaginação era fértil, as revelações não ficaram por ali. Havia um outro que também tinha alguém famoso na família.
- Quem?
- O Hércules.
Perante isto, não aguentei e fui-me embora revoltado.

6.10.04

 
Parabéns ao Pipas!

 
Acabo de recuperar...como dizer...Epá, não é que a Bodikea, do Romances de Faca e Alguidar, comentou um post meu!!! Já entraria em êxtase só de saber que ela li o Blog! Mas isto então é demais para o meu coração fraquinho, ela não só lê, como ainda comenta um post meu - frase escrita em jubilo e êxtase...


Pequena pausa para me recompor...


Tendo dito isto, tenho de me retratar em relação ao que escrevi sobre Lisboa, que na verdade não é sobre Lisboa, mas sim sobre os seus supostos governantes! Jamais, me passaria pela cabeça, falar mal desta cidade que me deslumbra todos os dias, que me irrita e acalma, que odeio e amo...no fundo que me deixará tantas saudades. AH, cidade de recordações de luz única e inebriante!

Ela lê...yuuuuupiiiiiii!

5.10.04

 
Renovações!?
É bom ver que as supostas obras do blog suscitaram curiosidade - ou não. Já estou a imaginar milhares e milhares de pessoas todos os dias a passarem pelo blog, excitadissimos, na ansia de novidades, efeitos fantásticos, revolucionários...estou até a ouvir alguém a dizer: - Querido, mudei o Blog! (será aquela apresentadora patética da sicona!?) Gostou, sei lá!?
Meus caros, tudo isto foi planeado, pode até dizer-se, uma autêntica operação de marketing, tendo em vista os festejos do nosso primeiro ano de existência. Tudo ficou na mesma, é verdade, mas também a cidade de Lisboa anda cheia de promessas de renovação, abrem-se buracos - gosto bem do que se irá tornar o Tunel do Rego -, põem-se cartazes (bem jolies), trocam-se presidentes...e tudo fica na mesma, apenas se fala mais nisso!

A bem da verdade, nem tinha dado conta do aniversário, nem nunca nos lembrámos de inovar nada, somos um bando de resignados. O que aconteceu realmente, foi que eu fiz borrada! Claro que fiquei a léguas das borradas, da senhora ministra da educação, do senhor primeiro ministro... Ainda assim isto fedeu por uns dias, mas já está tudo no sítio!

4.10.04

 
(Um pouco depois da hora...enfim!)
Um ano depois da abertura das hostilidades, de opiniões e afins, parece-me bem recordar aquele primeiro passo neste mundo, a small step for men, a giant leap for menkind!
A mais um ano de muita merda...

20.9.03
Bom, meus caros PGBeanos, declaro aberto o Nosso Blog!Welcome to a all new world!Com o intuito de celebrar este grande acontecimento decidimos por unanimidade não fazer nada. Sendo esta atitude o que nos move na vida (como todos sabem e experimentam, uma vez que é esta a essência de tudo aquilo que nos move), não será de estranhar.Para quem tem aqui o seu primeiro contacto com esta força politico-sócio-econónico-... deste nosso país à beira-mar (...Beira-mar...humm Aveiro...passagem de ano...festarola...ramboia...ahhhh saudade) plantado (o rapaz anda culto!!!!) um conselho, não percam tempo com esta gente, somos apenas...parvos sem nada melhor para fazer!E não é de agora, já somos parvos há muito tempo, desde "piquenos". Decidimos aproveitar todo o nosso tempo livre para espalhar parvoíce pela blogosfera, não é que ela não abunde por aqui, mas acreditamos que a nossa é realmente genuína! Por esta razão este conselho serve apenas como alerta, tendo em vista a vossa boa saúde mental -ou então não. Se este blog não vos apraz...temos pena...NÃO GOSTAM!?ENTÃO PONHAM-SE A ANDAR!!!ESTOU CERTO QUE NÓS SÓ FICAMOS A GANHAR COM ISSO!!!EH PÁ NÃO POSSO COM ESTA GENTE INGRATA!!! (calma...respira...calma...123456789...calma!)- agora muito mais calmo - De qualquer das formas , sejam bem-vindos! Se não voltarem...temos pena, ou não!Inté

3.10.04

 
Hoje começa a"Quinta das Celebridades". Porque hoje acordei optimista e com vontade de encontrar qualidades na vida e no nosso País, resolvi não repetir todas as críticas que todos nós concerteza já fizemos a este programa, mas pelo contrário dizer as tantas coisas positivas que ele nos trará nas próximas semanas. E elas são:
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