27.12.06
Estiveste lá desta vez, porque sempre lá estiveste. Ainda que não me visses ou soubesses, tu estavas lá. E eu fartei-me de falar contigo, e de rir contigo. E cada garrafa que fui buscar, trouxe sempre uma para ti. Ainda que só uma mão viesse ocupada, ainda que os brindes tenham sido sempre silenciosos, bebeste sempre comigo, como afinal nunca antes. E as tuas palavras venenosas que enchem a sala, sempre a partir do fundo da mesa, continuaram a chegar-me aos ouvidos e a fazer-me sorrir. Ainda que só eu as tenha ouvido, ainda que não tenhas sequer falado.
Sabes: ao fim da noite encontrei esquecida, perdida no gelo, a garrafa de champanhe. Afinal era mesmo verdade: tu não estavas lá para a abrir...
25.12.06
